quarta-feira, 2 de junho de 2010

Rússia. Momento da virada.

Em 2003 eu ganhei uma bolsa de intercâmbio para passar 10 meses numa escola de segundo grau na Rússia, concedida pela AFS. Eu em candidatei porque já estavam meio de saco cheio da escola, da adolescência, de Brasília. Além disso, eu já ansiava há muitos anos pela oportunidade de ir para a Europa, ver as grandes obras de arte e, quem sabe, aprender alguma coisa.


Eu nãosabia quase nada sobre a realidade da Rússia atualmente, já que "exilados" aqui no Brasil a gente sabe muito pouco sobre as maneiras de viver dos outros países. Fui na cara e na coragem, e o resultado valeu muito a pena.


Não vou entrar em detalhes sobre como era a vida lá, que não é o objetivo deste post, mas vou descrever um pouco como funcionava o ensino artístico lá.


As crianças podem ingressar em Escolas de Arte desde muito jovens. Pelo que eu vi, antes mesmo de 7 anos de idade. Elas vão galgando os níveis até chegar aos 17 anos, idade para ingressar na universidade. Essas escolas são de excelente qualidade. São grandes, e o ensino aí é quase o mesmo que o ministrado no nível superior, com as devidas concessões às proporções, né. O trabalho é calcado na cópia de naturezas-mortas, e o desenho é a base de tudo. Lá há uma preferência por utilizar folhas de papel tamnho A3, creio que pela praticidade. As salas de aula têm naturezas-mortas montadas, holofotes e abajures para iluminar e um professor responsável. O material de uso individual tem que ser adquirido por cada aluno, e as folhas de papel costumam ser compradas pelo professor a partir de uma verba regateada entre os alunos.


Também é ensinado o trabalho com vários materiais de pintura, principalmente o guache. Misturar as cores e aplicar a tinta, assim como entender as relaçoes cromáticas, também é ensinado desde que os estudantes são crianças. E os resultados costumam ser muito bons. Eles estudam composição desde criança, e há aulas de história da arte e de "decifração" das formas geométricas por trás das grandes pinturas.


As aulas de desenho são constantes, principalmente de observação, e eles estudam relevos de gesso e panejamento, trabalhando desde esse momento aqueles princípios que lhes serão exigidos com mais profundidade a partir da universidade. Além disso, há as excursões a campo, onde os rebentos desenham edifícios e vistas da região.


Terminada essa fase, os jovens interessados se candidatam aos colleges de arte (que seria algo correspondente à universidade no Brasil). São realizados exames e apenas os melhores ingressam. Esses colleges existem em todas as cidades russas mais importantes e, apesar de muitas vezes se encontrarem em edifícios velhos e mal-conservados, têm toda a equipagem e material necessários para o bom prosseguimento das aulas.


O curso aí costuma demorar 4 anos, e começa por natureza morta, passando para gesso e depois o desenho da figura humana. Desenho e pintura, nos seus vários materiais, são praticados desde o começo.


O passo seguinte, para pouquíssimos eleitos, são as Academias. São verdadeiros mestrados em pintura, escultura, restauração e arquitetura, com graus de exigência dificílimos e um ritmo muito difícil de acompanhar. Podem durar até 6 anos e há tarefas inclusive nas férias!!!



O desenho acima eu fiz aós alguns meses na Rússia. A biblioteca mucnicipal de Kirov, cidade em que vivi, ddá de mil a zero na biblioteca da UnB, principalmente em acervo de livros de arte. Pois bem, lá descobri um escultor chamado Flaxman, que produziu gravuras para a Ilíada de Homero, e que levou ao extremo a importância das linhas no desenho. Ele influenciou diversas gerações, e me levou a produzir esse trabalho.

Bem, no sistema russo isso é a primeira coisa que aprendemos a fazer.

Outro exemplo de desenho de natureza morta, feita com objetos geométricos. Ter o desenho definido antes de começar outras fases é muito importante.

Outra natureza morta. Vejam que a quina da mesa perto de nós está bem demarcada. Indicação da professora, que ressaltou a importância de indicarmos as profundidades por meio da definição dos traços e o tom do sombreado. Embaixo ela fez um desenho para mim antes que eu começasse o meu tomate. Vejam como o desneho é esquematizado e recebe os detalhes no decorrer do processo.

Outra natureza morta.

Placa de gesso com ornamento arquitetônico de folha. Dá para perceber que nessa época minha sombra-e-luz ainda era bárbara, e os professores reclamavam muito disso. Eu fui melhorar nesse sentido só muito tempo depois, mas acho que é porque eu ainda estava assimilando os desafios de desenhar os contornos com precisão.
Esse crânio era VERDADEIRO!! Meu Deus, não sei como conseguiram! heehe mas foi mt legal desenhá-lo. Só a sombra-e-luz que está estremamente grosseira!

As imagens abaixo refletem um pouco o processo de aprendizado do desenho dos gessos.



O desneho acima mostra como é o esqueleto por baixo da outras fases. Muitas linhas. Mas eu meu ficou tão bagunçado que o professor me mandou virar a folha e refazer, no que resultou o desneho abaixo.

Não posso dizer que o resultado ficou lá muito bom, mas acho que foi um passo largo em direção ao progresso.


Acima outro desenho do mesmo busto, muito mais bem resolvido, que eu fiz logo em seguida ao anteior. Realmente, a prática leva à perfeição.


Esse é um exemplo de pintura. O trabalho acima foi feito em guache sobre papel. Os primeiros exercícios com tinta demandam um trabalho quase de pontilhismo, sem misturar as pinceladas. Os esclarecimentos que me foram dados pela professora em termos de cores frias e quentes foram realmente iluminadores!

Retrato de um colega de 11 anos (eu acho) da escola de artes de Kirov. Sombra e luz - 0, mas contornos e proporção - uns 8!

Desenho do modelo. Não tive tempo de terminar. Ele parece bem magrelo e comprido, ams ele era assim mesmo! Foram lições preciosas de proporção e paciência, e haja vista, pq ele estava mt longe d emim e tinham muitos alunos!
Abaixo são desenhos que eu fiz a partir de fotos que eu tirei em museus na Rússia. Era assim que eu apssava meu tempo naquele inverno maldito! rs

Estátua de bronzede rei do período helenista. Os desenhos ao lado são críticas que os professores fizeram ao desenho, com instruções valiosas. A professora me explicou que o desenho estava provavelmente errado, pq na figura em contraposto o topo do osso externo tem que estar alinhado com o pé, para que haja equilíbrio. Que falta de vocês, professores russos!

Augusto de Prima Porta.
Desenho a pastel de um busto de Cláudio. O pastel foi se soltando com o tempo,e o desneho ficou bastante mais grosseiro.




Desenho de figura do Parthenon.

domingo, 16 de maio de 2010

Pré - Rússia. Os trabalhos da adolescência. Guaches, óleos e pastéis

Nesta postagem, eu vou publicar alguns dos meus trabalhos realizados até 2003 que não sejam os desenhos, objeto do post anterior.

No ateliê José Guilherme, nós aprendíamos a pintar com aquarela, guache e óleo. Mas antes disso passávamos um bom tempo copiando as naturezas-mortas com o giz pastel oleoso. Além das cópias traidicionais (nas quais, por algum motivo que eu não me recordo, eu me recusava a reproduzir as cores naturias dos objetos) nós também fazíamos alguns exercícios, como nos exemplos abaixo.

No exercício acima, a tarefa era pintar a área do centro mais clara, e a área de fora mais escura. Obviamente eu não estava muito inspirado nesse exercício hehehe. Esse desenho (como o abaixo) estão emoldurados, então por favor perdoem o reflexo da luz no vidro, principalmente do lado direito. Agora, se vocês repararem com atenção, perceberão que do lado esquerdo do desenho, do lado daquela curva rosa, há uma grande área branca. Essa área era coberta por um rosa, que foi perdendo o pigmento com o decorrer do tempo! O desenho é de 1997.





O trabalho acima era outro exercício. À esquerda, a tarefa era separar as gradações por linhas cinzas. No centro, produzir uma representação com 2 tons. À direita, um desenho monocromático. Reparem que no exercício da direita as áreas brancas também eram feitas do mesmo rosa que desapareceu no desenho anterior.



O pastel acima (oleoso) foi feito em 2001. É um desenho realizado in loco da fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto. Apesar de ser um trabalho bem despretensioso, acho que é possível perceber a diferença em relação aos desenhos anteriores.

GUACHES

Os guaches abaixo foram produzidos em 1997. O primeiro é uma cópia bastante alterada de um desenho do Michelangelo. Reparem no braço esquerdo da figura, que tosco. hehehehe


Já a pintura abaixo é uma cópia de uma gravura inglesa do séxulo XIX, que provavelmente é uma reprodução de alguma pintura à óleo. A cena representa a Rainha Elizabeth I da Inglaterra assinando a ordem de execução da sua prima, a ex-rainha Maria da Escócia, após ficar sabendo que esta última estava tramando tomar seu trono. Não, eu não era doido - ou sempre fui, não sei. Meu pai tinha uma coleção excelente de biografias de grandes líderes, cujos volumes eram absurdamente ilustrados. O curioso é que até os 11 anos de idade eu odiava ler. Só rolava Turma da Mônica. Mas depois que eu descobri essa coleção, tão cheia de figuras e imagens interessantes, que me fez querer saber a história que estava sendo contada nelas. A biografia de Elizabeth I, com suas gravuras maneiristas realmente "bizarras", foi meu primeiro livro. Depois disso, me tornei um leitor voraz.


ÓLEO

As telas aqui são à óleo, o último material que eu aprendi no ateliê. Eu fiz poucos exercícios com esse medium: eu já estava meio de saco cheio e o professor não exigia isso de mim. Daí fiz muitas "releituras" e pinturas de imaginação. Na pintura acima eu copiei a figura de um artista brasileiro contemporâneo, e a coloquei numa concha. O título é "Vênus surgindo das águas". Embaixo é o "Rapto de Europa", que foi feito sobre papel. A figura é uma cópia de uma escultura francesa do século XVIII.



Abaixo é um retrato que eu fiz da minha professora Fabiana Tenório, com o vestido de noiva. A pintura foi feita a partir de uma foto.

Embaixo, está provavelmente a pintura mais produtiva que eu fiz nesse período. Meu professor insistia para que eu tentasse esquecer a técnica e buscasse mais a "expressão" nas minhas pinturas. Mas, como a gente pode ver, ainda faltava um bom pedaço de caminho para eu poder abrir mão de aprender as técnicas! Entretanto, surpreendentemente, foi meu professor que me colocou para copiar a natureza-morta abaixo. Eles escolheu alguns objetos ao acaso e pregou-os numa prancheta com uma fita adesiva. Foi um exercício gostoso de fazer. O fundo rosa foi invenção minha, pois eu queria aproveitar o resto de tinta rosa que tinha na minha paleta ahahahahah Que mesquinho, e ficou esse resultado bizarro!

domingo, 2 de maio de 2010

MARCELLUS PINXIT

Detalhe da assinatura de Ingres no retrato de Mr. Bertin, de 1832, onde se lê "J. INGRES PINXIT. 1832"


"Pinxit" é uma palavra latina, que significa em português "pintou". Alguns pintores a partir do Renascimento - entre eles Ticiano, Poussin e Ingres - adotaram o hábito de assinar suas obras em latim , que era considerado a língua culta da época, seguido do "pinxit", declarando assim seu desejo de "romanizar" sua arte. "MARCELLUS PINXIT" (letras minúsculas não existiam no latim clássico, e foram surgir apenas na Idade Média) quer dizer "Marcelo pintou" ou "Pintado pelo Marcelo". Contudo, mais que uma declaração de autoria, é uma declaração de atitude diante da arte, é um desejo de romanização/classicização da minha produção. Ainda não assinei nenhum trabalho com o "pinxit" porque eu ainda não produzi nada digno de ser considerado "romano".

Porém, posso dizer que este blog é o meu primeiro "MARCELLUS PINXIT". :-]]

Pré - Rússia. Os trabalhos da adolescência. Desenho

Pessoal, não sou fotógrafo profissional, e minha câmera é super-amadora! Então não reparem na qualidade das fotos, principalmente no caso dos desenhos. O grafite acaba refletindo demais a luz e os desenhos ficam muito claros.

Eu fiquei na dúvida sobre como publicar meus trabalhos, se tematicamente, cronologicamente, por material etc. Acho que por enquanto uma ideia legal é mostrar o desenvolvimento do meu trabalho em ordem cronológica, para que os leitores do blog possam ter uma ideia do caminho que eu venho percorrendo nestes anos.

Eu sempre fui uma criança que desenhava muito, e que que tinha muito prazer naquilo. Minha família sempre me estimulou e me deu apoio para produzir e estudar arte. Mas claro, como qualquer artista, eu nunca fui muito normal, ? Com 5 ou 6 anos meus pais me colocaram na psicóloga. No começo eu odiei, porque não entendia por que eu tinha que ir para psicóloga e meus irmãos não, o que me tornava motivo de chacota constante em casa - criança pode ser bem cruel! Mas com o tempo eu comecei a gostar muito daquilo. Eu tinha que falar muito pouco e passava o resto do tempo desenhando e jogando. O resultado foi que, por volta dessa época, eu ganhei o terceiro lugar num concurso infantil de desenho, e descolei uma viagem para a "Cabana dos Pirineus". Até hoje tenho o desenho, "Sapa com uma coroa de estrelas". É, realmente, eu não era uma criança normal... hehehe

Algum tempo depois entrei numa "escolinha de criatividade", e com nove anos ingressei no Atelier José Guilherme Costa Manso, ex-repórter da Veja que estudou arte em Paris e decidiu largar tudo para virar artista. Algum tempo depois de investir na carreira artística, ele resolveu abrir um atelier, em Brasília, para transmitir o que aprendeu. Lá eu aprendi as bases de muitas das habilidades que eu iria desenvolver futuramente, mas a maior qualidade do Atelier era desenvolver o ensino com base na observação e cópia de objetos e naturezas-mortas, proposta rara nos ateliês de Brasília. Claro, não eram feitas grandes exigências em termos de correspondência entre o desenho/pintura e os objetos, mas praticar a observação desde o princípio é um hábito muito saudável no treinamento de qualquer artista. José Guilherme também havia trazido diversos livros de arte de Paris e deixava-os à disposição dos alunos para consulta (numa época em que quase não haviam livros de arte importados no Brasil, e a Taschen era rainha absoluta nesse segmento). Foi assim que eu entrei em contato com a obra de artistas como Ingres, Velázquez, Cabanel e até mesmo Bouguereau, cuja pintura "Ninfas e Sátiro" estava reproduzida em preto-e-branco num livro francês sobre o nu, e a qual eu acreditava piamente ser uma fotografia!

Permaneci no Ateliê até por volta dos meus 14/15 anos. Eu ia ingressar no Ensino Médio e sentia que já havia aprendido ali tudo o que podia absorver, além do que já estava meio que cheio da pressão do meu professor para ser menos "clássico" hehehehe. Foram ótimos anos em que eu tive contato com diversas pessoas extremamente inteligentes e talentosas.

Por essa época foi criado (e eu dei a sorte de descobri-lo) o Art Renewal Center, uma fundação americana que promovia a volta a valores e a práticas de ensino clássicos da arte. No site deles ( http://www.artrenewal.org/ ) foi criado um museu virtual com milhares de imagens de pinturas do século XIX e dezenas de excelentes artigos, me interessando principalmente aqueles que lançavam uma luz sobre a verdadeira história da arte no século XIX, bem diferente do que os manuais costumam descrever.

O ARC batia repetidamente na tecla da eficácia e importância do desenho de observação e na cópia das obras clássicas. Eu resolvi pular no barco e tomar as rédeas da minha própria educação, nem que fosse aos trancos e barrancos.




Minha sorte é que eu costumava passar parte das minhas férias em Juiz de Fora - MG, casa do excelente museu Mariano Procópio. A coleção de obras do século XIX do museu é fenomenal, e realmente me deixava com o coração pulsando quando eu atravessava aqueles seus salões. O desenho acima eu fiz in loco, e é a fachada do museu. Abaixo tem uma foto de 2005 da fachada, com as estátuas de bronze que foram colocadas posteriormente ao meu desenho.



Resolvi seguir adiante e copiei a escultura abaixo, que adorna os jardins do museu. É uma cópia em mármore de um original grego. Não sei o nome da escultura, mas se alguém souber, por favor, me avise. Nessa época eu já conhecia alguns desenhos de Ingres, e sabia da importância que ele atribuía às linhas (diz Degas que um Ingres idoso aconselhou-o a desenhar "muitas linhas"). Portanto, priorizei as linhas.




O bom de escrever um blog é que a gente acaba descobrindo coisas sobre nós que não sabíamos. Eu não me lembrava de haver produzido a maior parte dos desenhos que eu estou publicando neste post. E de alguns deles até que estou me orgulhando rs.


O desenho acima é a cópia de um busto de bronze de d. Tereza Christina, Imperatriz do Brasil. Acho que os funcionários do museu acharam meio bizarro um adolescente pedir uma cadeira emprestada para ficar copiando as coisas que tem no museu, mas foram incrivelmente hospitaleiros e eu acabei até fazendo um retrato (que pretensão!) de uma monitora chamada Bernardette, que era muito simpática e me cedeu a cadeira dela.


Esse desenho é a cópia de uma pintura francesa do século XIX pertencente ao Museu. Seu nome é "A Samaritana", e foi pintado por um artista chamado Lazèrges. Excelente pintura, minha cópia não faz jus à qualidade do trabalho. Procurei alguma reprodução do original na Internet mas não encontrei.


A figura acima é a cópia de uma estátua chamada "A tarde de um Fauno", de Flory Gama, que está no Museu Nacional de Belas e que eu também fiz de observação (em pé. Parece que os museus tem a péssima mania de esconder seus bancos). A escultura representa um fauno absurdamente musculoso carregando uma bacante ao fim de um dia de festa. A escultura é excelente, mas eu também não encontrei nenhuma foto dela na Internet! Será possível?


Os desenhos abaixo são desenhos de edifícios da cidade mineira de Sapucaia.







O desenho abaixo é um detalhe da fachada da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto. Em seguida uma foto da mesma igreja.



Mas claro, eu também não vivia apenas de copiar. Afinal de contas, eu também era adolescente...

No desenho acima podemos perceber a preocupação com as linhas. A inspiração era Roma, mas o desenho ficou tão sinuoso que chega a ser engraçado.

Abaixo está um grande orgulho meu. Esse desenho é de 2003. Como os outros desenhos acima, (fora a Virgem Vestal), ele foi realizado sobre uma folha de papel A3. Seu nome é "A Coroação da Imperatriz do México". Ele na verdade é uma versão invertida da "Coroação da Imperatriz Josefina" de David - não que eu tivesse me inspirado conscientemente, na época-, mas, fora isso (e a imagem do bispo, que eu copiei em parte de uma pintura inglesa), o resto foi feito de cabeça, e eu fico admirado principalmente com a noção de perspectiva e de espaço dos grupos que eu tinha, superior à que eu tenho hoje! Também gosto muito da composição.



Depois eu descobri que os imperadores do México nunca foram coroados, apesar de terem sido feitos preparativos para a cerimônia. De qualquer forma, considero essa a minha primeira tentativa bem sucedida em pintura histórica. Estudei a indumentária e tentei me esmerar nas fisionomias. Acho que foi uma tentativa valorosa!